
Os dois lados da moeda
Lucas 15:11-31
Introdução:
Você já ouviu a expressão “dois lados de uma mesma moeda”? Na parábola que Jesus contou sobre o filho pródigo podemos conhecer o coração de dois filhos que utilizaram estratégias aparentemente opostas, mas quando observadas com atenção, têm uma mesma origem – são dois lados da mesma moeda.
1. A estratégia do filho mais novo: viver como se Deus não existisse
Quando olhamos para o filho mais novo pedindo sua herança e gastando com prazeres, festas e prostitutas. Ele pediu ao pai aquilo que era de direito e viveu como seu pai simplesmente não existisse. Ele não se preocupou se isso desagradaria ou machucaria seu pai, e nem ao menos deu notícias durante todo o tempo em que esteve fora.
Muitos de nós temos essa mesma atitude, gastando nossa vida com nossos próprios prazeres e interesses. Somos ateus funcionais. Apesar de nos dizer cristãos, vivemos nosso dia como se Deus não existisse. Falamos que cremos e amamos o Pai acima de todas as coisas, mas nossas prioridades mostram que há outra pessoa ou coisa no trono de nossas vidas.
- Quais são as pessoas que você mais ama? O que você faz para nutrir esses relacionamentos?
- Para refletir: olhando para o tempo que você investe no seu relacionamento com Deus, você pode dizer que ele é sua prioridade?
2. A estratégia do filho mais velho: obedecer para cobrar seus direitos
Essa parábola também nos apresenta o filho mais velho que, à primeira vista, parece ser o filho exemplar por ter ficado na fazenda e trabalhado ano após ano. Mas ao examinar sua reação quando chega do trabalho e vê que seu pai tinha dado uma festa para o seu irmão que havia retornado, vemos que seu coração não amava verdadeiramente seu pai. Ele estava interessado no que tinha para receber por todo o seu esforço.
Ele obedeceu por todos os anos em que esteve com seu pai para poder chegar até ele e cobrar o que era de direito. Assim como os fariseus para os quais Jesus contou essa parábola, esse filho vivia uma vida de religiosidade. Ele queria obedecer a cada virgula, para garantir que receberia sua recompensa e ficou irado quando viu que aquele que não merecia estava desfrutando daquilo que era direito dele.
- Você já fez algo que não gostava fazer, mas por saber que iria receber algo por isso, continuou fazendo? Qual foi seu sentimento enquanto cumpria essa tarefa? E depois que concluiu?
3. Dois lados da mesma moeda.
O filho mais velho só escolheu um método “mais bonito” que o filho mais novo, mas ambos tinham o mesmo coração: eles não amavam o pai, mas as coisas que ele tinha a oferecer. Tinham estratégias diferentes, mas o mesmo objetivo.
Independente de usarmos a estratégia do filho mais novo ou mais velho, a verdade é que se amarmos mais as coisas que Deus pode nos oferecer do que a Ele próprio, jamais experimentaremos a real transformação de nossas vidas. Podemos até demonstrar exteriormente um comportamento de santidade, mas jamais experimentaremos a verdadeira vida abundante. Jesus, ao ser questionado pelos fariseus sobre qual seria o maior mandamento, respondeu que é amar a Deus de todo o coração, toda sua alma e todo seu entendimento (Mt 22:37)
Amar a Deus de todo o coração não é algo que podemos gerar em nós mesmos apenas com uma mudança de comportamento. Imagine que ofereçam a um torcedor de um time de futebol o valor de 100 milhões de reais para torcer de todo o coração para o time adversário em um campeonato. Por ser um prêmio relevante, ele aceita a oferta. A verdade é que ele pode comprar o uniforme completo, estar no meio da torcida organizada no estádio e até comemorar aos gritos a vitória desse time. Mas dentro dele, ele continua a torcer para o outro time.
Assim como esse torcedor, se nossa motivação em amar a Deus é simplesmente receber um prêmio – não ir para o inferno ou receber as bençãos e favor dEle aqui nessa vida – não estamos O amando de todo o coração.
- Como você descreveria uma pessoa que anda em santidade?
- Você acha que hoje nosso discipulado é profundo o suficiente para levar pessoas a viverem a verdadeira santidade ou estamos apenas oferecendo um prêmio para mudarem de comportamento exteriormente?
- Como podemos obedecer a Deus em tudo, e ainda estar em pecado?
4. Amando a Deus de todo o coração
Mas se não é através de uma mudança de comportamento que vamos amar a Deus de todo o coração, como conseguir isso?
Ao ver o filho mais novo voltar, o pai celebrou uma festa. Ele ofereceu o que ele tinha de melhor na fazenda, ele ofereceu o bezerro gordo. Aquele filho veio implorando o perdão de seu pai, e pediu que fosse tratado como um empregado. Mas seu pai imediatamente o recebeu como filho e deu uma grande festa para celebrar sua volta. O que mais esse filho poderia fazer se não amar o pai de todo seu coração? Não tinha mais a ver com a herança, mas com o amor incondicional que ele recebeu.
Deus também nos deu o que Ele tinha de melhor para restaurar nosso relacionamento com Ele. Nós não merecíamos, mas recebemos graça e misericórdia através do sacrifício de Jesus. Ele é o escândalo da graça. Quando nos encontramos com o Amor, e reconhecemos que não somos merecedores do privilégio de andar com Ele não temos outra alternativa a não ser amá-Lo do todo o nosso coração, acima que qualquer coisa que Ele possa nos dar.